sábado, 9 de janeiro de 2010

Aprender Uma Língua Estrangeira - Parte 1


Uma das maiores preocupações de quem vai morar no exterior, é sem dúvida alguma, a língua falada no país em que se vai viver. Caso seja um país de língua portuguesa, não há tanto problema. No máximo, será necessário acostumar os ouvidos ao sotaque e às expressões regionais.

Já se for uma língua estrangeira, começa aí uma grande barreira que pode tornar a integração na nova sociedade mais complicada e demorada. Dependendo da língua falada no país de destino, essa barreira pode ser menor ou maior. Também há outros fatores individuais que contribuem com o grau dessa barreira, como por exemplo: prévio conhecimento da língua (através de cursos), contato com alguém que fale a língua, exposição à língua através de filmes, músicas, livros ou qualquer outro tipo de mídia, etc.

No meu caso, a primeira língua que aprendi foi o inglês canadense. Nas duas cidades canadenses em que vivi (Vancover e Victoria), não se falava o francês, somente o inglês. Fato curioso é que os canadenses que vivam em Quebec, e portanto, que falavam francês, costumavam passar uns meses em Vancouver, para aprender a falar inglês, já que possuíam apenas um conhecimento mínimo da língua. Cá entre nós, o sotaque daqueles com quem tive contato nos cursos que frequentei, era bem complicado... Praticamente tive que aprender a entender o inglês-francês desses colegas, já que para mim, aquela era uma outra língua!

Voltando para a dificuldade da língua inglesa, acredito que essa seja a língua que nos cause menos problemas. Primeiro, porque sempre estamos em contato com o inglês, seja na escola, seja quando assistimos filmes, quando ouvimos música, no trabalho, em cursos (inglês é o curso de língua estrangeira mais procurado no Brasil) e por aí vai. Segundo, porque a gramática e a construção verbal é simples, se comparada à outras línguas. Não é a toa que o inglês foi adotado como língua “mundial”.

É claro que quando eu estava estudando inglês, eu achava a língua bem difícil. Quando eu comecei a aprender alemão e a ensinar português, é que eu me dei conta da simplicidade do inglês!

Enfim, o que eu quero dizer, é que por menor contato que a pessoa tenha tido com o inglês, indiretamente, os nossos ouvidos, estão relativamente acostumados ao som da língua, e por isso, o aprendizado da língua será relativamente mais fácil, se comparado com uma língua que nunca se ouviu ou teve contato.

Curiosamente, quando fui morar no Canadá, eu tinha um inglês bem fraco. Tinha tido apenas o inglês de escola (o da minha era bem básico), e durante a faculdade, fiz uma ano de um curso de conversação com método de memorização, que me ajudou bastante.

Quando cheguei no Canadá e fiz o teste na escola, fui classificada para começar a estudar inglês no nível intermediário. Fiquei super orgulhosa com a minha classificação. Só depois fui entender que isso não significava muita coisa, já que por causa do número de asiáticos que vão estudar inglês no Canadá, o nível básico é praticamente reservado para esses casos, pois os asiáticos tem o alfabeto e fonética bem diferentes do nosso!

Falando em asiáticos, tive uma dificuldade tremenda para entender o inglês falado por eles. Acredito que seja pelo fato de alguns deles não conseguirem emitir som de sílabas como o R, por exemplo. Mas nada que o tempo não resolva, em alguns meses eu já entendia o inglês asiático com perfeição, graças ao poder de adaptação dos nossos preciosos ouvidos. Aliás, fiquei especialista em descobrir a língua materna de cada estudante de inglês, só escutando o sotaque de cada um. Nós, brasileiros, também temos sotaque, embora na minha opinião, e na opinião de muitos professores de inglês com quem tive contato, o brasileiro, muitas vezes, consegue adquirir um sotaque quase perfeito do inglês. Ponto positivo para nós!

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