quarta-feira, 23 de março de 2011

Vou ter um bebê na Austrália, e agora?

Depois de descobrir que estava grávida, uma outra jornada me aguardava: entender os diferentes sistemas e opções para se ter um bebê na Austrália.

O sistema de saúde aqui, num primeiro momento, parece ser bem complicado, mas com um pouco de informação, tudo fica claro e aí a decisão de qual caminho tomar depende dos futuros papais.

Resumidamente há 3 opções para se ter um bebê aqui: pelo sistema público de saúde, pelo sistema público de saúde em conjunto com um clínico geral, ou pelo sistema privado.

Pelo sistema público, conhecido como “Medicare”, a pessoa não terá quase nenhum gasto do próprio bolso. O governo cobre as consultas, hospital, o parto e a maioria dos exames. A diferença é que nas consultas, a gestante, geralmente, é atendida por uma parteira e não por um médico. A gestante também não tem escolha sobre o tipo do parto, ou seja, ele será natural, a não ser que haja alguma complicação. Caso a pessoa só tenha seguro de saúde privado, ela também pode optar em usar o serviço público e assim, não terá qualquer gasto. A parteira (e se necessário, o médico) que estiver de plantão é que fará o parto.

Pelo sistema conjunto (Medicare e clínico geral), a pessoa só terá gastos referente às consultas com o médico, sendo que o Medicare cobre parte das mesmas. No caso do parto, o esquema será que nem no sistema público. Importante frisar que o médico, nesse caso, não é um obstetra, e sim um clínico geral. Nesse caso também, a gestante se divide entre consultas com o médico e consultas no hospital.

Pelo sistema privado (a pessoa possui um plano de saúde privado), a gestante tem o acompanhamento de um obstetra durante toda a gravidez e será também o mesmo médico que estará presente na hora do parto. O hospital também será particular ou se o hospital escolhido for público, a gestante será tratada como paciente particular. Mas antes de escolher o médico, é preciso escolher o hospital, que aí sim, disponibilizará a lista de obstetras que lá trabalham e a gestante pode então escolher o de sua preferência. Para isso, há visitas nos hospitais privados, onde eles mostram tudo na maternidade para que a gestante faça uma escolha consciente. A vantagem desse sistema é o atendimento personalizado durante toda a gravidez e o conforto de saber que será o médico que te acompanhou a gravidez toda que estará com você na hora H. A desvantagem é o custo, que é bem alto. Mesmo a pessoa reembolsando do seguro de saúde privado, parte dos gastos com consultas, exames e parto, ainda assim, a despesa do próprio bolso pode variar de 6.000 a 10.000 dólares.

Eu conheço pessoas que optaram pelo sistema público e outras que optaram pelo sistema privado. Em ambos os casos, correu tudo bem, embora o tratamento daqueles que escolheram o sistema privado, tenha sido melhor. Mas isso não é nenhuma novidade, e é assim em qualquer lugar do mundo.

Agora uma pergunta que me acompanhou durante muito tempo: é possível ter o parto em hospital particular com obstetra sem nenhum gasto adicional (como no Brasil), tendo um super seguro-saúde? Infelizmente a resposta é não. Não existe no mercado australiano um plano de saúde que cubra 100% de todos os gastos.

Bom, eu demorei meses para descobrir e entender o sistema e as opções daqui, por isso resolvi publicar um post sobre esse assunto. Mas quem tiver alguma dúvida, é só escrever!

No mais, ando feliz da vida e a barriguinha já está crescendo! Próximo passo, descobrir se teremos um menino ou uma menina!

segunda-feira, 14 de março de 2011

NOVIDADE!

Esse mês, além de fazer aniversário, ganhei também o melhor presente de todos: vou ser mãe!

Essa gravidez foi e está sendo muito desejada por mim e pelo maridão, 2011 começou muito bem! Se continuar assim, não vou ter do que reclamar!

Além de contar essa novidade, queria dividir aqui uma experiência relacionada a isso, que pode ser de grande valia para algumas pessoas. É sobre um susto que passei e que, pelo que li, muita gente também passa.

Quando fiz o meu primeiro ultrassom, com seis semanas de gravidez, o médico havia dito que já seria possível visualizar o embrião. Porém, só o que ele viu foi o saco gestacional. Isso poderia significar duas coisas: ou a gravidez não iria para frente por ser considerada anembrionária ou popularmente conhecida como “ovo cego. Ou ainda seria muito cedo para detectar o embrião e ele apareceria num próximo ultrassom.

Marcamos um novo ultrassom para dali a dez dias e fiz exames de sangue a cada 3 dias para ver se estava havendo aumento do hormônio BHCG (hormônio da gravidez). Caso o exame apontasse um aumento razoável do nível de hormônio no sangue, as chances da gravidez evoluir seriam maiores.

Engraçado é que o organismo, só pela formação do saco gestacional (com ou sem embrião), entende que a pessoa está grávida e assim, há a presença de todos os sintomas: enjôos, azia, cansaço, sono, dor nos seios e o teste de gravidez dá sempre positivo.

Bom, esses dias de espera foram bem difíceis, pois a expectativa é grande e a insegurança é maior ainda. Os exames de sangue apontavam sempre o aumento do hormônio, o que era um bom sinal. Mas eu não queria ter muitas esperanças, pois preferi me preparar para o pior, já que para o melhor, não precisamos nos preparar.

Por fim, no dia do segundo ultrassom, lá estava o meu baby, coraçãozinho batendo e tudo! Ficamos super aliviados e anestesiados de tanta felicidade! 1,5 centímetro de comprimento e 168 batimentos cardíacos por minuto!

Durante a minha espera, eu pesquisei bastante a respeito do assunto na internet e percebi que muita gente passa pela mesma situação, umas com final feliz, outras infelizmente, com um final bem triste.

Vi até casos de médicos recomendarem fazer um aborto (curetagem) logo de cara, a mãe se negar, e num segundo ultrassom, o embrião aparecer!

Então, dessa experiência ficaram duas lições:

1) Só faça o primeiro ultrassom com oito semanas de gravidez. Dessa forma, você vai saber com certeza, se a gravidez evoluiu ou não. Fazero ultrassom antes, só gera expectativa e um stress desnecessário e que não é nada bom numa gravidez.

2) Se você está passando por uma situação como essa, saiba que há esperança sim! Paciência é a chave do negócio, então não entregue as cartas, descanse bastante e acredite que vai acontecer o que for melhor para você naquele momento.

Termino o post citando Renato Russo, que eu adoro:

“Venha, meu coração esta com pressa
Quando a esperança está dispersa
Só a verdade me liberta
Chega de maldade e ilusão
Venha, o amor tem sempre a porta aberta
E vem chegando a primavera
Nosso futuro recomeça:
Venha que o que vem é perfeição...”

segunda-feira, 7 de março de 2011

Quando Falta Inspiração...

Sei que ando sumida, estou com saudades daqui, de escrever, mas me falta um pouco de inspiração... 

Mas ela vai voltar, ah se vai!!!!!! E em breve!

Enquanto isso, cito Drummond, que tem sempre sábias palavras para qualquer situação:

"Por muito tempo achei que a ausência é falta.
E lastimava, ignorante, a falta.
Hoje não a lastimo.
Não há falta na ausência.
A ausência é um estar em mim.
E sinto-a, branca, tão pegada, aconchegada nos meus braços,
que rio e danço e invento exclamações alegres,
porque a ausência assimilada,
ninguém a rouba mais de mim."