sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

É a Cara da Austrália – Comidas Típicas

Desde que me mudei para a Austrália, tenho explorado muito esse tema, pois eu adoro experimentar coisas novas, diferentes, sabores exóticos e coisas típicas de cada lugar que visito...

Notei também que vários dos pratos que eles dizem ser tipicamente australianos, na verdade, tem origem britânica (lembrando que a Austrália foi colônia da Inglaterra). 

Como exemplo, temos o caso do famoso  fish and chips (peixe empanado com batatas fritas) e dos scones (um pãozinho meio doce).

Quem quiser arriscar o fish and chips australiano, vá ao restaurante Doyles (http://www.doyles.com.au/ ). É delicioso!   

Já no quesito comidas tradicionais, encontramos algumas excentricidades aussies. 

Como exemplos temos o hambúrguer australiano que traz uma fatia de beterraba no meio... Às vezes também uma de abacaxi.

But I am sorry, esse complemento não caiu no meu gosto...

O churrasco aqui, conhecido como “Barbie” (vem de "barbecue", churrasco em inglês), é feito com carnes e salsichas e geralmente são comidos com pão de forma... É...Esquisito...

Mas vamos falar agora do que é realmente australiano!

O Vegemite é uma invenção tipicamente australiana e se constitui de  uma pasta de levedura de cerveja (eu já até comentei aqui). Ela é bem salgada e geralmente não cai muito no gosto dos brasileiros. 

Eu, por exemplo, acho abominável! Não suporto nem o cheiro! Mas tem gosto pra tudo. 

Com certeza minha filha vai adorar,  já que eles servem nas escolinhas. E eu vou ter que comprar no supermercado, já estou até vendo...

Tem também as meat pies (tortinhas de carne) que os australianos adoram... O formato lembra a nossa empada. 

O Harry’s  é um dos melhores lugares para se comer a tortinhas e tem de vários sabores, não só de carne. Segue o site para os interessados: http://www.harryscafedewheels.com.au/Home.aspx?element=1&category=1

Na parte de sobremesas (humm, a minha favorita!) tem o caramel slice (tem a receita aqui), tem o sticky date pudding que é um bolo gelado de tâmaras com molho de caramelo (é muito bom, mas também é muito calórico), tem o pavlova (uma espécie de merengue com frutas variadas). Todas muito boas!

O Tim Tam é um biscoito coberto com chocolate que é viciante... Já estou na Austrália há mais de um ano e meio e ainda não me livrei desse “problema”...  Tem vário tipos: o tradicional, com cobertura dupla, branco, meio amargo, com caramelo, etc... O que eu mais gosto é o de cobertura dupla de chocolate ao leite (“double coat”).

A carne de canguru é bem macia (se bem preparada) e saudável, já que quase não tem gordura. Mas ela não faz parte da lista de compras do australiano, como muitos pensam.

Aqui  também se come bastante frutos do mar e peixes. Também não é para menos, a Austrália tem 11 milhões de quilômetros quadrados de zona para pescaria e é portanto, é a maior zona pesqueira do mundo! 

O Barramundi é um peixe ícone na Austrália e please,  podem pedir sem dó que não tem erro, é muito bom!

Ai ai, esse post me deu uma fome...

Bom, para terminar, cito Millôr Fernandes: “Gastronomia é comer olhando para o céu”.

E vejam lá um TIM TAM olhando para mim!

 P.S: Ah, eu sei que sumi, não morri não, continuo vivinha, só virei mãe e vida de mãe é corrida, como vocês sabem! Mas voltarei mais vezes, prometo!

sábado, 8 de outubro de 2011

Com a Palavra...


Hoje, para falar do nascimento da nossa pequena, vou dar a palavra ao meu maridão que escreveu esse texto lindo para nossos amigos e familiares. 

E eu não poderia expressar esse momento que vivemos de maneira melhor...

"Sydney Adventist Hospital, Austrália: 15 de Setembro de 2011, 4:37 pm (EST)

Recebi vários conselhos, li textos e teorias a respeito, escutei diversos palpites; no entanto nada poderia ter me preparado para o turbilhão de emoções que me atropelaram naquele momento: amor, fé, medo, angústia, carinho, piedade, compaixão, força, ternura, coragem, preparo, ansiedade, responsabilidade, saudade, nostalgia, felicidade... e a lista certamente não para por aí.

Hoje, passados alguns dias ainda gaguejo, a garganta seca e trava, o coração aperta, os olhos lacrimejam apenas de pensar naquele momento tão luminoso. Uma fusão de lembranças e experiências de infância, estranhamente ligados naquela nova vida que ali nascia, bem diante dos meus olhos. De repente um enorme sentimento de orgulho tomou conta de mim. Havia me tornado o mundo daquele serzinho que ainda nem se dava conta de que veio ao mundo. Estava sonhando acordado, vulnerável e acessível, tomado por um sentimento especial, de amor incondicional, que palavras simplesmente não podem descrever. 

Imagino que a maioria já está sabendo da novidade... vantagens da "realidade virtual" na qual (sobre)vivemos hoje! 

Fato é que ainda não havia me manifestado a respeito e gostaria de agradecer a todos pelas mensagens e o enorme carinho demonstrado, além de compartilhar com todos vocês um pouco dessa minha alegria. Espero que contagie ;-)

NB: Disse acima que não há palavras que possam descrever o que estou sentindo... verdade. 

Esse sentimento, no entanto, tem nome e sobrenome: Julia  

Beijos saudosos a todos,"

Julia, seja bem vinda ao mundo! Papai e mamãe estão muito felizes com a sua chegada!

sábado, 3 de setembro de 2011

O último post antes de uma nova vida começar...

Treze anos juntos com o maridão foram necessários até que eu decidisse que queria ser mãe... Treze anos de muita curtição, muitas viagens, muitas aventuras, quatro países, muitos amigos, muita batalha, infinitas saudades...

Difícil imaginar que um dia eu estaria a fim de abrir mão desse estilo de vida e por sinal, de muito bom grado, afinal eu era o império do egoísmo, só precisava pensar em mim mesma e podia escolher fazer o que quisesse.

Mas, enfim, o tal dia chegou, devagarinho, consumindo cada pensamento meu, me fazendo acreditar que estava pronta para ser responsável por uma outra vida, que estava pronta para amar outra pessoa mais que tudo, que estava louca para exercitar o amor incondicional e me doar de corpo e alma à esse trabalho...

Que fique claro também que não vim aqui dar uma de Pollyanna, sei que não é nem será uma jornada fácil, percebo isso desde o início da gravidez, mas percebo também o quanto vale e tem valido a pena...Estou muito mais feliz desde que o teste deu positivo, mesmo tendo tido muito mais preocupações e limitações físicas.

O que mais me alegra esses dias é ficar tranquila acariciando a barriga, conversando com a minha pequena, contar para o pai dela sobre seus avanços, se estava mais quieta, se estava tão impossível que não me deixou dormir, se soluçou, se consegui sentir a mãozinha dela... Tudo isso mesmo achando a gravidez uma prova de fogo, pois tive quase todos os sintomas desagradáveis possíveis.

Brinco com minhas amigas dizendo que bom mesmo era encomendar o bebê para a cegonha marcando dia e hora para entregar! Mas quer saber? No fim das contas, eu faria tudo de novo... Todas as mães dizem que as partes difíceis a gente acaba esquecendo e acho que é bem verdade... O que fica é a parte boa e essa é imperdível!

E em alguns dias, a Ju vai finalmente chegar e vou conhecê-la ao vivo e a cores. Muitos dizem que minha liberdade vai acabar. Eu entendo bem isso, aceito e concordo. A vida realmente nunca mais vai ser a mesma, não vou ter mais o mesmo controle sobre as coisas...

Mas também tem uma frase que eu gosto que encaixa bem nesse momento que estou vivendo: "liberdade é ter alguém para se prender".

Então quem poderia um dia imaginar que eu estaria louca para ficar presa pelo resto da vida!?

Nem eu...

Ironia: algumas coisas só se descobrem depois que as vivemos...

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

É a Cara da Austrália – Música


A partir de agora, vou começar a escrever aqui  uma série de posts chamados: “É a cara da Austrália”.

Nessa série,  vou abordar vários pontos para tentar simbolizar tudo que é característico e cultural no país e o primeiro post da série vai ser sobre música, tema que estou querendo escrever já há algum tempo.

Desde que me mudei para Sydney, há mais ou menos um ano e meio, tenho observado bastante o estilo musical da Austrália. 

Eu acredito que a música é uma parte super importante na cultura de um país e evidencia muito o estilo de vida das pessoas. Aqui é possível identificar isso muito claramente.

É claro que cada australiano tem seu gosto pessoal, mas é possível ter uma boa idéia do que se toca por aqui através das rádios, televisão e até nas próprias baladas.

Obviamente que na Austrália também tocam todos os hits do momento, e nesse caso,  é mais ou menos a mesma coisa que toca no Brasil. Mas quero enfatizar nesse post os famosos “clássicos australianos”.

Logo que vim para cá, lembrei  muito da minha adolescência, pois aqui toca muito tudo o que eu escutava naquela época, ou seja, toca bastante o que chamamos de “surf music”. E como aqui tem muita praia, tem também muito surfista, como vocês devem imaginar. Surfe aqui é que nem futebol no Brasil, a criançada aprende desde pequeno.

Abaixo, compartilho alguns clássicos que tocam com frequência por aqui, lembrando que não dá para colocar tudo, então as músicas selecionadas são apenas exemplificativas do estilo australiano. 

E sim, a maioria delas são antigas, mas elas tocam nas rádios daqui até hoje, e com frequência.

Aumente o volume e curta o astral! Esses sons são a cara da Austrália!




quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Custo de Vida na Europa - Uma Comparação

Vou postar aqui o texto de uma outra blogueira: Adriana Setti que achei muito interessante. O texto aborda o custo de vida na Europa versus o custo de vida no Brasil.  A Adriana aborda somente a classe média europeia e a classe média alta brasileira, mas mesmo assim, a leitura tem alguns insights bem verdadeiros. Note-se que não recrimino o jeito que cada um leva sua vida, pelo contrário, acho que cada um está no direito de escolher e usufruir do estilo de vida que quiser, principalmente se estiver feliz, mas a comparação não deixa de ser interessante. Posso, inclusive,  relacionar a situação a alguns conhecidos no Brasil, que no fundo, estão ou insatisfeitos ou infelizes, pois tem a pressão de manter esse estilo de vida acima de tudo (família, amigos, qualidade de vida, saúde, etc).  Bom, resumindo, o texto me fez refletir a respeito e posso confirmar que a vida na Europa é assim mesmo...


"No ano passado, meus pais (profissionais ultra-bem-sucedidos que decidiram reduzir o ritmo em tempo de aproveitar a vida com alegria e saúde) tomaram uma decisão surpreendente para um casal – muito enxuto, diga-se – de mais de 60 anos: alugaram o apartamento em um bairro nobre de São Paulo a um parente, enfiaram algumas peças de roupa na mala e embarcaram para Barcelona, onde meu irmão e eu moramos, para uma espécie de ano sabático.

Aqui na capital catalã, os dois alugaram um apartamento agradabilíssimo no bairro modernista do Eixample (mas com um terço do tamanho e um vigésimo do conforto do de São Paulo), com direito a limpeza de apenas algumas horas, uma vez por semana. Como nunca cozinharam para si mesmos, saíam todos os dias para almoçar e/ou jantar. Com tempo de sobra, devoraram o calendário cultural da cidade: shows, peças de teatro, cinema e ópera quase diariamente. Também viajaram um pouco pela Espanha e a Europa. E tudo isso, muitas vezes, na companhia de filhos, genro, nora e amigos, a quem proporcionaram incontáveis jantares regados a vinhos.

Com o passar de alguns meses, meus pais fizeram uma constatação que beirava o inacreditável: estavam gastando muito menos mensalmente para viver aqui do que gastavam no Brasil. Sendo que em São Paulo saíam para comer fora ou para algum programa cultural só de vez em quando (por causa do trânsito, dos problemas de segurança, etc), moravam em apartamento próprio e quase nunca viajavam.

Milagre? Não. O que acontece é que, ao contrário do que fazem a maioria dos pais, eles resolveram experimentar o modelo de vida dos filhos em benefício próprio. “Quero uma vida mais simples como a sua”, me disse um dia a minha mãe. Isso, nesse caso, significou deixar de lado o altíssimo padrão de vida de classe média alta paulistana para adotar, como “estagiários”, o padrão de vida – mais austero e justo – da classe média europeia, da qual eu e meu irmão fazemos parte hoje em dia (eu há dez anos e ele, quatro). O dinheiro que “sobrou” aplicaram em coisas prazerosas e gratificantes.

Do outro lado do Atlântico, a coisa é bem diferente. A classe média europeia não está acostumada com a moleza. Toda pessoa normal que se preze esfria a barriga no tanque e a esquenta no fogão, caminha até a padaria para comprar o seu próprio pão e enche o tanque de gasolina com as próprias mãos. É o preço que se paga por conviver com algo totalmente desconhecido no nosso país: a ausência do absurdo abismo social e, portanto, da mão de obra barata e disponível para qualquer necessidade do dia a dia.

Traduzindo essa teoria na experiência vivida por meus pais, eles reaprenderam (uma vez que nenhum deles vem de família rica, muito pelo contrário) a dar uma limpada na casa nos intervalos do dia da faxina, a usar o transporte público e as próprias pernas, a lavar a própria roupa, a não ter carro (e manobrista, e garagem, e seguro), enfim, a levar uma vida mais “sustentável”. Não doeu nada.

Uma vez de volta ao Brasil, eles simplificaram a estrutura que os cercava, cortaram uma lista enorme de itens supérfluos, reduziram assim os custos fixos e, mais leves, tornaram-se mais portáteis (este ano, por exemplo, passaram mais três meses por aqui, num apê ainda mais simples).

Por que estou contando isso a vocês? Porque o resultado desse experimento quase científico feito pelos pais é a prova concreta de uma teoria que defendo em muitas conversas com amigos brasileiros: o nababesco padrão de vida almejado por parte da classe média alta brasileira (que um europeu relutaria em adotar até por uma questão de princípios) acaba gerando stress, amarras e muita complicação como efeitos colaterais. E isso sem falar na questão moral e social da coisa.

Babás, empregadas, carro extra em São Paulo para o dia do rodízio (essa é de lascar!), casa na praia, móveis caríssimos e roupas de marca podem ser o sonho de qualquer um, claro (não é o meu, mas quem sou eu para discutir?). Só que, mesmo em quem se delicia com essas coisas, a obrigação auto-imposta de manter tudo isso – e administrar essa estrutura que acaba se tornando cada vez maior e complexa – acaba fazendo com que o conforto se transforme em escravidão sem que a “vítima” se dê conta disso. E tem muita gente que aceita qualquer contingência num emprego malfadado, apenas para não perder as mordomias da vida.

Alguns amigos paulistanos não se conformam com a quantidade de viagens que faço por ano (no último ano foram quatro meses – graças também, é claro, à minha vida de freelancer). “Você está milionária?”, me perguntam eles, que têm sofás (em L, óbvio) comprados na Alameda Gabriel Monteiro da Silva, TV LED último modelo e o carro do ano (enquanto mal têm tempo de usufruir tudo isso, de tanto que ralam para manter o padrão).

É muito mais simples do que parece. Limpo o meu próprio banheiro, não estou nem aí para roupas de marca e tenho algumas manchas no meu sofá baratex. Antes isso do que a escravidão de um padrão de vida que não traz felicidade. Ou, pelo menos, não a minha. Essa foi a maior lição que aprendi com os europeus — que viajam mais do que ninguém, são mestres na arte do savoir vivre e sabem muito bem como pilotar um fogão e uma vassoura.

PS: Não estou pregando a morte das empregadas domésticas – que precisam do emprego no Brasil –, a queima dos sofás em L e nem achando que o “modelo frugal europeu” funciona para todo mundo como receita de felicidade. Antes que alguém me acuse de tomar o comportamento de uma parcela da classe média alta paulistana como uma generalização sobre a sociedade brasileira, digo logo que, sim, esse texto se aplica ao pé da letra para um público bem específico. Também entendo perfeitamente que a vida não é tão “boa” para todos no Brasil, e que o “problema” que levanto aqui pode até soar ridículo para alguns – por ser menor. Minha intenção, com esse texto, é apenas tentar mostrar que a vida sempre pode ser menos complicada e mais racional do que imaginam as elites mal-acostumadas no Brasil."

terça-feira, 12 de julho de 2011

Amor ou Ódio?

De vez em quando me deparo com alguns comentários na internet dizendo coisas assim: já que os brasileiros decidiram viver no exterior (e, portanto, assume-se que eles odeiam o Brasil), porque eles vão a todos os eventos brasileiros que aparecem?

Caros, nesses sete anos em que vivo fora do Brasil, posso afirmar que conheci bastante brasileiro que vive no exterior, e posso afirmar também, sem dúvida nenhuma, de que nunca conheci nenhum brasileiro que “odiasse” o Brasil...

Existe sim, uma insatisfação com relação a determinados pontos, cada um tem o seu motivo,  a gente fala mal daqui, tanto quanto vocês falam daí, mas nós também falamos muito bem do Brasil, mais até do que quando morávamos aí, pois passamos a dar valor a muitas coisas que antes passavam despercebidas.

E ódio mesmo, nunca presenciei. Pelo contrário, a maioria sempre fala do Brasil com carinho.

Algumas pessoas, no entanto,  assumem que pelo fato de optarmos em viver em outro país, isso significa que não gostamos do nosso país de origem...

Posso dizer que esse não é o meu caso, e nem o caso das pessoas que eu conheço. Na verdade, essa é a exceção e não a regra.

Seguem então alguns dos motivos que podem levar as pessoas a tentar a vida em outro país (e por favor, fiquem a vontade para complementar!):

- Oportunidade profissional
- Qualidade de vida
- Experiência internacional
- Estudo
- Motivo pessoal (traumas sofridos, inconformismo, saco cheio)
- Casamento
- Conseguir uma outra nacionalidade
- Segurança
- Aventura

É claro que para se conseguir algo, tem que se abrir mão de alguma coisa também. Nada vem de graça e não podemos ter tudo na vida.

Então qual é o preço que se paga para morar fora do Brasil? O maior preço que pagamos é, sem dúvida, a saudade.

Saudade da família, dos amigos, da comida, da cultura, da alegria, da nossa identidade.  E é por isso, que não perdemos eventos brasileiros que acontecem no estrangeiro, pois é a chance de entrar em contato com a nossa cultura novamente e matar um pouquinho dessa saudade...

Não tem nada a ver com arrependimento.

Outra coisa, ninguém mora fora do Brasil em constante sofrimento. Se estiver ruim, é para o Brasil que vamos pensar em voltar. Se estamos vivendo fora, é porque está, pelo menos, mais para bom do que para ruim.

Vou citar um outro ponto interessante com relação a voltar para o Brasil depois de ter morado um tempo fora e quem passou por isso e voltou para a pátria vai entender muito bem.

Na verdade, não se volta de verdade para o Brasil de antes, aquele imaginado, aquele que você deixou, aquele em que você passou férias...

Volta-se sim para um tempo X do futuro.

Fica sempre um lapso em aberto do tempo em que a pessoa ficou fora.

Os assuntos são outros, seus amigos já arrumaram outros amigos, a vida continuou e você não estava lá e as experiências que você viveu são só suas, ninguém quer muito saber o que você fez...

É sim, com certeza, um recomeço. Fazer novas amizades, se adequar, enfim, passar novamente por todo um processo de adaptação e realocação. Você muda muito como pessoa, e não é todo mundo que te entende e que te acompanha.

Menciono isso, pois eu não tinha a menor idéia de que iria ser assim quando voltei do Canadá, e foi uma decepção enorme.Talvez, lá no fundo, esse tenha sido um dos motivos que me levou a sair do Brasil de novo...

Hoje em dia, já sei melhor o que me espera se um dia voltar... A decisão vai ser mais consciente. Se vai ser mais fácil? Olha, eu realmente não sei, talvez seja até mais difícil...Vamos ver.

Mas voltando ao assunto inicial, eu vou mesmo aos eventos brasileiros, e eu amo morar aqui, mas o Brasil é minha mãe e qualquer dia eu apareço...

Por enquanto, aqui está muito bom e é aqui que eu quero ficar...

Bem, pelo menos... até amanhã : )

segunda-feira, 27 de junho de 2011

Matando as Saudades da Nossa Culinária

No último fim de semana, tive a alegria de ir não só à uma, mas à duas festas juninas aqui em Sydney. Uma aconteceu na casa de amigos (com direito a quadrilha e corrida de saco!) e a outra, foi organizada pelo BRACCA (Conselho da Comunidade Brasileira na Austrália).

Entre tantas delícias culinárias, ficou até difícil escolher o que comer nesses dois dias. E para quem vive fora do Brasil há mais de sete anos, comer canjica, arroz doce, sagú, biscoito de polvilho, paçoca, coxinha, brigadeiro, entre outras maravilhas, num mesmo fim de semana, é luxo puro! Juntando a gravidez mais os anos fora, eventos gastronômicos como este, não podem ser recusados!

Aliás, o Bracca organiza todo ano duas festas brasileiras grandes aqui em Sydney: a festa junina e o Ritmo Brazilian Festival, que acontece em setembro. Para quem está longe de casa, é sempre uma opção para entrar reviver um pouco da nossa cultura.

Segue o site do Bracca para maiores informações: http://www.bracca.org/pt/home

 Para os curiosos, posto uma foto minha de grávida caipira.

Falando em gravidez, já completei sete meses de gestação e posso dizer que o tempo está voando, não dá nem para acreditar. A barriga cresce que é uma beleza, aliás, exibo a danada com orgulho, afinal, a única fase em que é lindo mulher ter barriga é durante a gravidez, não é mesmo?

E embora eu tenha gostado muito desse fim de semana e dessa comilança toda, quem mais gostou de tudo isso, com certeza foi a Julia (esse vai ser o nome da pequena)! Gulosa que só ela, não sei para quem ela puxou... Não sei mesmo ; )

domingo, 15 de maio de 2011

No Mínimo, uma Experiência Inusitada!

 Uma experiência muito interessante aqui na Austrália, principalmente para os fãs de música, é vivenciar pelo menos uma vez, o Byron Bay Bluesfest, que acontece anualmente.

Como o próprio nome já diz, o evento acontece na cidade de Byron Bay, que fica na fronteira do estado de New South Wales, mas que, na minha opinião, tem muito mais a ver com o estado de Queensland, muito conhecido como um dos locais preferidos da Austrália para se passar as férias.

Byron Bay já foi o berço da cultura hippie na Austrália, e embora não seja mais tão alternativa como antigamente, ainda continua sendo ponto de encontro de surfistas, mochileiros e hippies. A cidade ainda segue conservando um pouco do clima da filosofia “paz e amor” de antigamente. A praia também é muito bonita, vale a pena visitar.

O evento em si é comparado ao legendário festival de Woodstock. Eu vou confessar que, a princípio, duvidei da veracidade dessa comparação.
Mas vou confessar também, que o evento realmente lembra aquilo que vemos nas fotos e que lemos a respeito do Woodstock. Claro que numa versão muito mais moderna e estruturada, mas o clima e as pessoas que frequentam o lugar são incríveis, e eu nunca tinha vivenciado algo parecido.

As pessoas vestidas de hippies, ou de punk, ou de brega, ou fantasiadas, cada um encarna o personagem que deseja e se liberta neste ambiente mágico e único. É como se as pessoas se preparassem o ano todo para aquele evento. Um evento que prega a liberdade, a alegria, a paz, o bem estar.

Mesmo para quem não é muito fã da parte musical, que a propósito é muito boa, dá para se divertir só observando as pessoas e o evento em si.

O festival é super bem estruturado, tem muita opção de comidas e bebidas, há várias barraquinhas vendendo artesanato, bijuterias, roupas, como se fosse a nossa conhecida “feirinha hippie”, o lugar é enorme e parece uma cidade mesmo.

Há muitas pessoas que compram ingressos para vários dias do festival e acampam por lá. O festival disponibiliza uma área reservada especialmente para isso e os shows acontecem nos dias designados do meio dia até a meia noite, ou seja, tem coisa para fazer o dia inteiro.

Esse ano teve Bob Dylan, B.B. King, Elvis Costello, Ben Harper, John Legend e muitos outros. Eu fui em dois dias, mesmo estando grávida (algo que no Brasil seria impensável) e me deparei com muitos carrinhos de bebês por lá. Ou seja, o lugar é muito seguro, mesmo para crianças.

Outra dica para meninas, usem galochas, pois tem bastante barro e se chover então, nem se fala... E apesar de eu estar equipada com a minha galochinha, eu vi muita, mas muita gente de pé no chão, natureza total!! Característica típica de australiano, eles adoram andar descalços na rua, no shopping, em shows...O pezinho deve ser uma casca só!

O ingresso é que é meio carinho: 170 dólares por dia de show, mas há tantos shows acontecendo a cada dia, que realmente compensa pagar o preço. Outra dica é comprar ingresso com muita antecedência, pois eles esgotam bem rápido.

Algumas pessoas me perguntaram: “Você recomenda mesmo, acha que compensa ir?”

Recomendo muito! Há coisas na vida que a gente, provavelmente, só vai vivenciar uma vez, mas que mesmo assim, vai ficar na memória! Essa é uma delas...

Segue a página do festival para quem quiser maiores informações:


Paz e Amor para todos, ou como eles dizem aqui “Lots of peace and love to all”  :  )

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Finalmente...

“Um nascimento representa o princípio do todo - é o milagre do presente e a esperança do futuro.”

Depois de tanta ansiedade e especulação, descobri o sexo do meu bebê!

Engraçado que durante os três primeiros meses da gravidez eu jurava que teríamos uma menina!

Depois disso comecei a observar a minha barriga, meus hábitos alimentares, o tamanho do bebê no ultrassom (que estava sempre maiorzinho do que a média), o fato de não estar ganhando quase nada de peso, de não ter mudado o rosto, enfim, todas essas crendices que escutamos falar para adivinhar se é menino ou menina... Por tudo isso, comecei a suspeitar que estaria esperando um menino.

Mas, apesar de começar a racionalmente acreditar que teria um menino, sonhei duas vezes que teríamos uma menina.

E parece que meu primeiro instinto materno e intuição feminina foram certeiros. Vamos realmente ter uma menininha!!

Não preciso dizer que estamos babando e que estamos muito felizes!

Que a nossa baby girl venha ao mundo com muita saúde! E que venha logo, logo...

sexta-feira, 8 de abril de 2011

UM VIVA!!!


Hoje eu vim aqui dar um VIVA para todos aqueles que, um dia, resolveram jogar tudo pro alto e partir rumo à uma nova vida!

Um VIVA aos corajosos que, mesmo inseguros, enfrentaram seus medos e acreditaram numa vida diferente!

Um VIVA aos otimistas, que mesmo com um monte de urubus querendo lhes trazer para baixo, nunca deixaram de acreditar que iriam vencer e conquistar o que desejavam!

Um VIVA para aqueles que embora ainda não tenham conquistado aquilo que desejam, não se tornaram amargos e continuam sorrindo porque sabem que seu lugar ao sol ainda vai chegar!

Um VIVA para aqueles que deixaram de se importar com a opinião dos outros e passaram a fazer só aquilo que desejam, independente do que a sociedade pensa!

Um VIVA para você que ainda não sabe o quer, mas que já descobriu que quer algo diferente!

Um VIVA para todos aqueles que saíram da sua zona de conforto e foram se aventurar em outro país, mesmo com medo, saudade e dificuldades, pois acreditaram numa vida melhor.

E porque não, um VIVA àqueles que voltaram ao seu país, levando o aprendizado adquirido no exterior, e a certeza de que não há lugar melhor do que o próprio lar!

Érico Veríssimo diz:

“Na minha opinião existem dois tipos de viajantes: os que viajam para fugir e os que viajam para buscar."

Observaçãozinha pessoal: aqueles que viajam para fugir, geralmente voltam e aqueles que viajam para buscar, geralmente ficam.

Mas grifo e enfatizo o “geralmente”, pois não existe regra absoluta nem para isso, nem para nada!

E... VIVA a vida!

sexta-feira, 1 de abril de 2011

DICA DE PASSEIO

Hunter Valley é uma região vinícola que fica a mais ou menos 150 quilómetros de Sydney e é muito conhecida pelos suas famosas degustações de vinhos, queijos, azeites e chocolates.

A região é cheia de verde e rodeada por plantações de uva onde é possível avistar cangurus correndo e relaxar tomando um bom vinho.

Para conhecer Hunter, há a opção de ir de excursão, onde um ônibus ou van, ficará encarregado de levar os turistas até as vinícolas para a degustação, ou ir de carro mesmo e ir escolhendo as vinícolas para parar ao longo do caminho.

Quando nós fizemos o passeio, resolvemos ir de carro com amigos que já conheciam a região e foi ótimo, assim pudemos parar nas melhores vinícolas para fazer as degustações.

O melhor esquema é chegar na vinícola, olhar o carta de vinho e escolher o que gostaria de provar. Não é preciso pagar nada por isso e é claro, se a pessoa gostar de algum vinho, pode comprá-lo. Dessa forma, você só compra aqueles vinhos que realmente gostar.

Os preços também variam desde acessíveis até bem caros, mas aí depende do bolso de cada um. Pela nossa experiência, chegamos a conclusão de que é possível comprar ótimos vinhos por bons preços.

Outra dica é após adquirir os vinhos, passar numa lojinha chamada “Smelly Cheeseshop” (http://www.huntervalleysmellycheeseshop.com.au/ ) para adquirir e provar alguns queijos deliciosos e depois partir rumo a um parque para um bom piquenique com direito a queijos, pães, patês e vinhos de ótima qualidade.

Se ainda tiver pique à noite, uma ótima pedida é o pub irlandês Harrigan’s (http://www.harrigansirishpub.com.au/HunterValley.aspx), com opções para jantar e geralmente com bandas tocando ao vivo de fim de semana. É diversão na certa!

Para maiores informações sobre a região visite: http://www.winecountry.com.au/

Última dica e talvez a mais importante, cuidado na hora da degustação de vinhos pois eles colocam uma boa quantidade de vinho nas taças e se você tomar todas inteiras, talvez não passe da terceira vinícola, digo isso por experiência própria! Então não se acanhe em provar e depois jogar o restante fora, todo mundo faz isso e pensando no bem do seu fígado, NÃO, definitivamente não é desperdício!

Então vá devagar e lembre-se de levar alguém que não beba para dirigir, caso esteja de carro.

E não é que hoje em dia eu seria uma boa opção de motorista? Só estou tomando suco de uva!

Lembrem-se que mesmo para quem não bebe, há a opção de queijos, chocolates, patês, etc... E Hunter Valley não deixa de ser um verdadeiro passeio gastronômico! Comer todo mundo pode e todo mundo gosta!

"Não ter gula agora, é ser mal educado no futuro." (Lucas Barrozo)

quarta-feira, 23 de março de 2011

Vou ter um bebê na Austrália, e agora?

Depois de descobrir que estava grávida, uma outra jornada me aguardava: entender os diferentes sistemas e opções para se ter um bebê na Austrália.

O sistema de saúde aqui, num primeiro momento, parece ser bem complicado, mas com um pouco de informação, tudo fica claro e aí a decisão de qual caminho tomar depende dos futuros papais.

Resumidamente há 3 opções para se ter um bebê aqui: pelo sistema público de saúde, pelo sistema público de saúde em conjunto com um clínico geral, ou pelo sistema privado.

Pelo sistema público, conhecido como “Medicare”, a pessoa não terá quase nenhum gasto do próprio bolso. O governo cobre as consultas, hospital, o parto e a maioria dos exames. A diferença é que nas consultas, a gestante, geralmente, é atendida por uma parteira e não por um médico. A gestante também não tem escolha sobre o tipo do parto, ou seja, ele será natural, a não ser que haja alguma complicação. Caso a pessoa só tenha seguro de saúde privado, ela também pode optar em usar o serviço público e assim, não terá qualquer gasto. A parteira (e se necessário, o médico) que estiver de plantão é que fará o parto.

Pelo sistema conjunto (Medicare e clínico geral), a pessoa só terá gastos referente às consultas com o médico, sendo que o Medicare cobre parte das mesmas. No caso do parto, o esquema será que nem no sistema público. Importante frisar que o médico, nesse caso, não é um obstetra, e sim um clínico geral. Nesse caso também, a gestante se divide entre consultas com o médico e consultas no hospital.

Pelo sistema privado (a pessoa possui um plano de saúde privado), a gestante tem o acompanhamento de um obstetra durante toda a gravidez e será também o mesmo médico que estará presente na hora do parto. O hospital também será particular ou se o hospital escolhido for público, a gestante será tratada como paciente particular. Mas antes de escolher o médico, é preciso escolher o hospital, que aí sim, disponibilizará a lista de obstetras que lá trabalham e a gestante pode então escolher o de sua preferência. Para isso, há visitas nos hospitais privados, onde eles mostram tudo na maternidade para que a gestante faça uma escolha consciente. A vantagem desse sistema é o atendimento personalizado durante toda a gravidez e o conforto de saber que será o médico que te acompanhou a gravidez toda que estará com você na hora H. A desvantagem é o custo, que é bem alto. Mesmo a pessoa reembolsando do seguro de saúde privado, parte dos gastos com consultas, exames e parto, ainda assim, a despesa do próprio bolso pode variar de 6.000 a 10.000 dólares.

Eu conheço pessoas que optaram pelo sistema público e outras que optaram pelo sistema privado. Em ambos os casos, correu tudo bem, embora o tratamento daqueles que escolheram o sistema privado, tenha sido melhor. Mas isso não é nenhuma novidade, e é assim em qualquer lugar do mundo.

Agora uma pergunta que me acompanhou durante muito tempo: é possível ter o parto em hospital particular com obstetra sem nenhum gasto adicional (como no Brasil), tendo um super seguro-saúde? Infelizmente a resposta é não. Não existe no mercado australiano um plano de saúde que cubra 100% de todos os gastos.

Bom, eu demorei meses para descobrir e entender o sistema e as opções daqui, por isso resolvi publicar um post sobre esse assunto. Mas quem tiver alguma dúvida, é só escrever!

No mais, ando feliz da vida e a barriguinha já está crescendo! Próximo passo, descobrir se teremos um menino ou uma menina!

segunda-feira, 14 de março de 2011

NOVIDADE!

Esse mês, além de fazer aniversário, ganhei também o melhor presente de todos: vou ser mãe!

Essa gravidez foi e está sendo muito desejada por mim e pelo maridão, 2011 começou muito bem! Se continuar assim, não vou ter do que reclamar!

Além de contar essa novidade, queria dividir aqui uma experiência relacionada a isso, que pode ser de grande valia para algumas pessoas. É sobre um susto que passei e que, pelo que li, muita gente também passa.

Quando fiz o meu primeiro ultrassom, com seis semanas de gravidez, o médico havia dito que já seria possível visualizar o embrião. Porém, só o que ele viu foi o saco gestacional. Isso poderia significar duas coisas: ou a gravidez não iria para frente por ser considerada anembrionária ou popularmente conhecida como “ovo cego. Ou ainda seria muito cedo para detectar o embrião e ele apareceria num próximo ultrassom.

Marcamos um novo ultrassom para dali a dez dias e fiz exames de sangue a cada 3 dias para ver se estava havendo aumento do hormônio BHCG (hormônio da gravidez). Caso o exame apontasse um aumento razoável do nível de hormônio no sangue, as chances da gravidez evoluir seriam maiores.

Engraçado é que o organismo, só pela formação do saco gestacional (com ou sem embrião), entende que a pessoa está grávida e assim, há a presença de todos os sintomas: enjôos, azia, cansaço, sono, dor nos seios e o teste de gravidez dá sempre positivo.

Bom, esses dias de espera foram bem difíceis, pois a expectativa é grande e a insegurança é maior ainda. Os exames de sangue apontavam sempre o aumento do hormônio, o que era um bom sinal. Mas eu não queria ter muitas esperanças, pois preferi me preparar para o pior, já que para o melhor, não precisamos nos preparar.

Por fim, no dia do segundo ultrassom, lá estava o meu baby, coraçãozinho batendo e tudo! Ficamos super aliviados e anestesiados de tanta felicidade! 1,5 centímetro de comprimento e 168 batimentos cardíacos por minuto!

Durante a minha espera, eu pesquisei bastante a respeito do assunto na internet e percebi que muita gente passa pela mesma situação, umas com final feliz, outras infelizmente, com um final bem triste.

Vi até casos de médicos recomendarem fazer um aborto (curetagem) logo de cara, a mãe se negar, e num segundo ultrassom, o embrião aparecer!

Então, dessa experiência ficaram duas lições:

1) Só faça o primeiro ultrassom com oito semanas de gravidez. Dessa forma, você vai saber com certeza, se a gravidez evoluiu ou não. Fazero ultrassom antes, só gera expectativa e um stress desnecessário e que não é nada bom numa gravidez.

2) Se você está passando por uma situação como essa, saiba que há esperança sim! Paciência é a chave do negócio, então não entregue as cartas, descanse bastante e acredite que vai acontecer o que for melhor para você naquele momento.

Termino o post citando Renato Russo, que eu adoro:

“Venha, meu coração esta com pressa
Quando a esperança está dispersa
Só a verdade me liberta
Chega de maldade e ilusão
Venha, o amor tem sempre a porta aberta
E vem chegando a primavera
Nosso futuro recomeça:
Venha que o que vem é perfeição...”

segunda-feira, 7 de março de 2011

Quando Falta Inspiração...

Sei que ando sumida, estou com saudades daqui, de escrever, mas me falta um pouco de inspiração... 

Mas ela vai voltar, ah se vai!!!!!! E em breve!

Enquanto isso, cito Drummond, que tem sempre sábias palavras para qualquer situação:

"Por muito tempo achei que a ausência é falta.
E lastimava, ignorante, a falta.
Hoje não a lastimo.
Não há falta na ausência.
A ausência é um estar em mim.
E sinto-a, branca, tão pegada, aconchegada nos meus braços,
que rio e danço e invento exclamações alegres,
porque a ausência assimilada,
ninguém a rouba mais de mim."

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Desastres Naturais na Austrália e nos Arredores

Há uma onda de desastres naturais acontecendo na Austrália e seus arredores. 

São enchentes, ciclones, incêndios florestais, terremotos (na Nova Zelândia), e tudo isso, num espaço bem curto de tempo.

Graças a Deus, em Sydney, onde vivo, nunca aconteceu nada assim, mas não poderia deixar de ficar triste por acompanhar tais tragédias que tem acontecido tão perto daqui.

O ciclone Yasi passou pela Austrália com ventos de 290 quilómetros por hora. Somente uma pessoa morreu.

As enchentes que ocorreram aqui, deixaram debaixo d’água uma área do tamanho da França e da Alemanha juntas. Total de mortos: 20 pessoas.

Cito esses dois exemplos com o intuito não só de informar mas também de protestar.

Embora tenham acontecido coisas horríveis por aqui, os australianos demonstram que é possível prever os desastres naturais, retirar pessoas da área de risco e com isso, evitar mortes.

Que fique aí o exemplo! 

Enquanto na Austrália morrem 20  por conta das enchentes, no Brasil morrem 700 pessoas. 

É muita diferença!

É claro que o não dá nem para comparar o nível estrutural dos dois países, mas a prevenção é possível  sim e muitas mortes poderiam ser evitadas.

Enfim, espero que a natureza nos dê uma folga e deixe o resto de 2011 fluir levemente, pois o início desse ano, venhamos e convenhamos, já foi bem pesado.

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Valentine's Day

No dia 14 de Fevereiro, celebramos o Valentine's Day não só aqui na Austrália, mas também em outros países como os Estados Unidos, Canadá e Alemanha, etc.

Essa data seria algo como o dia dos namorados no Brasil, porém é um pouco mais abrangente, já que pode envolver família e amigos também.

A data serve para expressar o carinho e amor que temos pelas pessoas à nossa volta. Geralmente, os australianos presenteiam as pessoas amadas com flores e cartões.

Engraçado é que uma pesquisa recente apontou que os homens australianos são mais românticos e abertos a expressarem o seu amor nessa data, e portanto, eles presenteiam mais do que as mulheres!

Ponto positivo ao romantismo dos homens australianos!

Não poderia esquecer de deixar uma notinha ao maridão: I love you, always!

"A medida do amor é amar sem medida."

Feliz Valentine's Day a todos!

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Três Países - Uma Comparação

Hoje vou falar um pouco do lado humano de se viver no exterior, ou seja, vou escrever sobre as pessoas e a cultura existentes nos três países em que já morei: Canadá, Alemanha e Austrália.

Há um tempo atrás, uma menina entrou em contato comigo através do blog dizendo que queria fazer intercâmbio em um dos três países que já morei e queria saber qual país eu recomendaria... Eu disse à ela mais ou menos o que descrevi abaixo e disse que a decisão cabia à ela com base nas prioridades de vida dela...

Cada país, no que diz respeito à pessoas, é um mundo completamente diferente, cheio de características próprias e curiosidades.

Não vou dizer aqui o que é melhor ou pior, pois na minha opinião, isso não existe. Cada sociedade é do jeito que é pela sua própria história, e não estou aqui para julgar isso.

Se tem uma coisa que aprendi nesses anos vivendo no exterior, é que para ser feliz em algum lugar, é preciso respeitá-lo, ou seja, é preciso entender sua cultura, suas particularidades, suas diferenças, afinal de contas, os estrangeiros somos nós, então nós é que devemos nos adaptar à cada país e não vice-versa. Seria muita pretensão de nossa parte esperar o contrário...

Pois bem, vamos ao que interessa!

O que dizer do povo canadense? Os canadenses são pessoas muito amáveis, extremamente cultas, sentem bastante orgulho de seu país e detestam, repito, DETESTAM ser comparados com os americanos! E olhem, vou dizer a verdade, eles não tem nada a ver com os americanos mesmo, embora antes de viver lá, eu achasse que os dois povos fossem bem parecidos...

Os canadenses também são extremamente educados. Dos três povos que citarei hoje, eles são o povo mais educado, sem dúvida. Eles também são bem tolerantes com relação aos estrangeiros e nunca fui mal tratada por nenhum canadense enquanto lá vivi.

E como são os “temidos” alemães?

Os alemães são um povo honesto, organizado e super pontual, portanto atrasos nunca são bem tolerados. Eles são bem especializados em tudo que fazem, por isso tem um pouco de dificuldade em “multitasking”. Acho que é por isso que eles são campeões em qualidade, já que fazem tudo buscando a perfeição.

Eles prezam seu tempo livre como ninguém, adoram viajar e fazer coisas ao ar livre, quando o tempo permite, é claro! São considerados frios, mas na verdade, acho que eles tem dificuldade em demonstrar os sentimentos.

Fazer amizade com um alemão é muito difícil e leva tempo, mas uma vez estabelecida a amizade, os alemães viram amigos pra vida toda!

A nível de adaptação, considero a Alemanha o país mais difícil de se adaptar, a língua é assustadora e a cultura é completamente diferente da nossa. Exige paciência e tolerância. Mas também é o país que traz o maior aprendizado.

Por último, não poderia deixar de mencionar os australianos! Mas o que diferencia esse povo dos outros?

Bom os australianos são, sem dúvida, os mais simpáticos. Eles mal te conhecem e já puxam papo, se te vêem com cara de perdido, se oferecem a ajudar, são um povo feliz, de bem com a vida e muito tolerantes com relação aos estrangeiros.

Na minha experiência, é o país mais fácil de se adaptar pois embora haja diferenças culturais, elas são bem menores se comparadas às diferenças existentes no Canadá e na Alemanha.

Mas se por um lado eles são os mais simpáticos, também não significa dizer que é super fácil fazer amizade com australiano. Isso também leva tempo, pois eles não se envolvem muito num primeiro momento. Mas vale o esforço, afinal de contas, quem não que ter um “mate” como amigo, não é?

Por fim, nos adaptar às mudanças que ocorrem à nossa volta e em nossas vidas, nem sempre é confortável ou agradável.

Mudar e se adaptar, para alguns, acaba sendo complicado e até traumático pois se trata de fazer uma reanálise dos próprios conceitos e atitudes.

Mas se dar essa chance de ver o outro lado de vária moedas, sem preconceito e de coração aberto, traz um ganho pessoal tão grande, que qualquer dificuldade no meio do caminho, se torna, eventualmente, pequena.

E no fim, a gente aprende que a nossa verdade não é a maior do mundo e que nós ainda temos tanto a aprender...E por que não, a ensinar...