sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Aprender Uma Língua Estrangeira - Parte 2

Voltando a falar sobre o aprendizado de outras línguas, hoje vou falar uma pouco sobre o alemão...

A língua alemã é a língua com o maior número de falantes na União Europeia. Para se ter uma ideia, ela é falada na Alemanha, na Áustria, em parte da Suíça, em Luxemburgo, na região italiana do Tirol, etc...

Um mito muito divulgado é de que o inglês é parecido com o alemão. Esqueça isso! O inglês tem pouca coisa a ver com o alemão, com exceção de umas poucas palavras, que são escritas de maneira parecida.

Por exemplo, o verbo beber,, que é "drink" em inglês, é "trinken" em alemão. Ou então a palavra casa, "house" em inglês, é "Haus" em alemão.

A gramática é completamente diferente e bem mais complicada que o inglês. O alemão tem três artigos, ou seja, o feminino ("die"), o masculino ("der") e o neutro ("das"). Há algumas regras para tentar identificar o uso de cada um, mas há também muuuitas exceções. Para o alemão "a mesa" é na verdade "o mesa" ("der Tisch"), então não adianta querer comparar os artigos que usamos nos nossos substantivos em português, pois não vai funcionar. O negócio é ter memória de elefante para memorizar cada um!!

O verbo pode vir tanto no início da frase, no meio ou no fim, dependendo do que você quiser dizer.

A declinação de adjetivos, muito amada pelos alemães, é consequentemente, odiada pelos estrangeiros. Veja o porquê:

Singular:
Nominativo -- Mein guter Freund, meu bom amigo.
Genitivo -- Meines guten Freundes, do meu bom amigo.
Dativo -- Meinem guten Freund, para meu bom amigo.
Acusativo -- Meinen guten Freund, meu bom amigo.

PLURAL
Nominativo -- Meine guten Freunde, meus bons amigos.
Genitivo -- Meiner guten Freunde, dos meus bons amigos.
Dativo -- Meinen guten Freunden, para meus bons amigos.
Acusativo -- Meine guten Freunde, meus bons amigos.

Lindo, não? rs

Todos os substantivos em alemão tem que começar com letra maiúscula. E há doze maneiras diferentes de formar plural em alemão. Elas são formadas por afixos no fim da palavra. São: -e; -¨e; -n; -¨n; -en; -¨en; -er; -¨er; -nen, etc, etc, etc...

Enfim, o alemão é uma língua difícil para brasileiros aprenderem, mas não é impossível. Muitas pessoas me perguntam quanto tempo demora para aprender alemão. Tudo depende da própria pessoa e das circunstâncias externas. Mas morando na Alemanha e fazendo cursos de 20 horas semanais, posso dizer que dois anos é um prazo médio razoável para o aprendizado. Não que você vá ficar fluente, mas terá um bom nível e poderá escrever, falar e ler bem.

Parece muito tempo, mas aprendi que alemão não é só técnica e estudo, mas também vivência. O nosso cérebro precisa se acostumar com a língua, e isso leva tempo. Quando cheguei na Alemanha, pensei que seis meses de muito estudo seriam suficientes. Ledo engano!

Costumo brincar com meus amigos que alemão não é uma língua que se aprende por prazer, mas sim, por obrigação! Porém, vale a pena falar uma língua que é considerada complicada, pois é sempre um ponto positivo no currículo, onde quer que você esteja.

Viel Glück beim Lernen!! Boa sorte no aprendizado!

domingo, 24 de janeiro de 2010

Voltar Ao Brasil?

Uma pergunta que escuto frequentemente é "Você quer voltar ao Brasil?".

Bem, como diz uma das músicas de Maria Rita "...coisa que gosto é poder partir sem ter planos, melhor ainda é poder voltar quando quero".

Basicamente é essa a minha resposta. Gostaria de voltar para o Brasil sim... QUANDO é uma outra pergunta que prefiro sempre responder em aberto, ou seja, volto se tiver vontade, se aparecer uma oportunidade legal ou se ficar de saco cheio de morar em outro país. Simples não? Mas é bem simples mesmo. Não ficaria fora se estivesse desesperada para voltar e pode ter certeza de que se um dia ficar assim, eu volto correndo!

Como diz a minha mãe: "se estiver ruim aí, pegas as malas e vem embora porque vocês não são largados no mundo"! rs Adoro escutar isso, me traz segurança e paz de espírito. Pra que levar tudo tão a sério? A vida é muito mais do que isso.

Qualquer pessoa que já morou no exterior sabe que não há lugar como o nosso lar. Por mais que haja coisas que a gente não goste na nossa pátria, a cultura de lá faz parte da gente. E morando fora, por mais integrado que você esteja, vai ser sempre considerado estrangeiro pelo simples fato de você ser realmente estrangeiro!!

Pode até ser que eu nuca mais volte para o Brasil, pois nunca digo nunca, mas prefiro ver a vida no exterior como uma coisa passageira, assim eu procuro sempre aproveitar ao máximo tudo que cada país tem a oferecer, pois eu penso que um dia essa vida vai acabar...

Seu eu voltar para o Brasil um dia (espero que sim!), tenho certeza que a próxima pergunta que escutarei frequentemente será: "Você sente saudades de morar no exterior? E a minha resposta será, com certeza: "SIM, MUITAS!!!".

Vantagens e desvantagens de viver em determinado lugar, existem em qualquer país do mundo, o segredo está em aproveitar o que é bom de cada lugar e não ficar se lamentando pelas coisas ruins.

Agora se estiver horrível onde você está, pique a mula e vá ser feliz em outro lugar!

Simples assim!

"Segue o teu destino...
Rega as tuas plantas;
Ama as tuas rosas.
O resto é a sombra
de árvores alheias"
Fernando Pessoa

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Onde Está A Diferença Entre Países Ricos e Pobres

Recebi um email bem interessante que me fez refletir a respeito desse tema...

Muita gente acha que a diferença entre os ricos e os pobres está na idade de cada país, mas isso não se justifica e pode ser demonstrado por países como Índia e Egito, que têm mais de 2.000 anos e ainda são muito pobres.

Tampouco, a diferença entre países pobres e ricos está nos recursos naturais disponíveis, pois o Japão possui um território limitado, 80% montanhoso, inadequado para a agricultura e a criação de gado, mas é a segunda economia mundial.

A raça, a cor da pele tampouco são importantes: imigrantes qualificados como preguiçosos em seus países de origem são a força produtiva de países europeus ricos.

Onde está, então, a diferença?

A diferença é a atitude das pessoas, moldada no decorrer dos anos pela educação e pela cultura. Ao analisar a conduta das pessoas nos países ricos e desenvolvidos, constata-se que a grande maioria segue os seguintes princípios de vida:

1. A ética, como princípio básico
2. A integridade
3. A responsabilidade
4. O respeito às leis
5. O respeito pelos direitos dos demais cidadãos
6. O amor pelo trabalho
7. O esforço para economizar e investir
8. O desejo de superar
9. A pontualidade

Por isso digo e repito, o investimento em educação deve estar sempre em primeiro lugar. No Canadá, na Alemanha, países onde já pude vivenciar de perto a vida em sociedade, a educação, não só na escola, mas dentro de casa, passada de geração para geração, faz toda a diferença, e os princípios acima mencionados, estão todos presentes. Acredito que na Austrália, meu próximo destino, também não deva ser diferente.

Nesses países raramente se vê a cobiça em tirar VANTAGEM sobre tudo e todos. Raramente se vê que quando algo está ruim, alguém diz: “DEIXA COMO ESTÁ”. Há sempre atitude e a memória está sempre viva.

A falta de princípios é a raiz da miséria!!

"Os pensamentos geram atitudes.
Atitudes geram hábitos.
Hábitos geram um estilo de vida.
Estilo de vida é o reflexo do caráter.
O caráter de um povo é o reflexo daquilo que ele pensa.
E seus representantes no governo, por isto, não pensam diferente."

Ainda sonho com um Brasil melhor e pretendo um dia voltar para fazer parte dessa mudança...

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Sistema De Saúde

Estou começando a fazer algumas visitas médicas aqui na Alemanha, antes da mudança para a Austrália.

Aqui o sistema médico é ótimo, você pode ir a qualquer médico e fazer os exames sem qualquer custo. O meu plano de saúde é o do governo, ou seja, nem é privado. Somente pagamos imposto para utilizá-lo, que não é pouco, mas vale a pena.

Fui ao ortopedista dar uma olhadinha no meu joelho, que por causa da corrida, tem começado a incomodar um pouco. O mais legal de ir ao médico em um país estrangeiro é que nem sempre você compreende tudo o que o médico fala... Na escola de alemão, você não aprende os termos médicos, então complica a situação!

Enfim, entendi que não tenho nada grave, mas que é algo na rótula (que é instável) e vou voltar lá amanhã para eles tirarem as medidas para a confecção de uma tornozeleira que precisarei utilizar quando estiver me exercitando... Não me pergunte mais, pois foi só o que entendi! rsrsrs Ah, ele também fez um ultrassom do joelho na hora. Enfim, o meu diagnóstico é... não faço a mínima idéia!!!!!!!!

Visitei também a minha ginecologista para os exames anuais, mas ela eu entendo bem, pois vou todo ano (há 5 anos), então acabei aprendendo os termos técnicos com a prática. Ela também fez o papanicolau, ultrassom e tirou sangue. Tudo na hora.

A diferença mais marcante, na minha opinião, é o fato de você ir à consulta e já fazer os exames necessários. Esqueça a ida ao laboratório, isso aqui é raro...Também se o médico receitar algum remédio, você só paga 5 euros, mesmo o remédio custando super caro. Em compensação, sem receita aqui, você só compra aspirina! rsrs

Já na Austrália, vamos ter que ter plano de saúde privado, já que vamos com o visto 457, e ouvi falar que na maioria dos casos, você é reembolsado pelos custos, e na maioria das vezes, você não recebe o valor total (100%) do gasto, então estou aproveitando a mamata por aqui, assim viajo mais tranquila. Mas quando tiver uma experiência concreta na Austrália, postarei aqui, assim posso fazer uma melhor comparação...
Agora, perfeito mesmo seria ser atendida pelo Dr. House!!!!!rs


segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

"A arte de ser alemão"

Hoje, resolvi falar um pouquinho dos hábitos dos alemães e das características da Alemanha. Enfim, quero falar das coisas que para nós, brasileiros, são interessantes, diferentes ou muitas vezes, esquisitas mesmo! Abaixo uma lista com 10 coisas típicas:

1) Na Alemanha não costumamos ver papel no chão, latas, lixo...nadinha de nada!! Está sempre tudo muito limpinho! Nesse ponto, eles são muito bem educados.

2) Os alemães respeitam muito as bicicletas, por isso as ciclovias são muito comuns nas cidades. Há semáforos SÓ para bicicletas, e até ESTACIONAMENTOS só para elas!! É comum usar bicicleta como meio de locomoção para o trabalho e por isso, as pessoas gostam de usar terno com tênis por aqui!

3) Na Alemanha é tudo mais seguro: podemos passear à noite na rua sem ter medo de ser assaltado, e é tudo sempre muito silencioso... Tão silencioso, que pode acontecer de os vizinhos chamarem a POLÍCIA se tiver alguma festa que esteja fazendo muito barulho. Já presenciei isso algumas vezes...Em festinhas de brasileiros, é claro!!!!!!!!!

4) A pontualidade deveria deixar de ser britânica e passar a ser GERMÂNICA! Se você for convidado para ir na casa de algum alemão e for atrasar mais do que dez minutos, você deve ligar avisando e com uma boa justificativa, senão corre o risco de você nunca mais ser convidado! Os shows, eventos, festas, jantares também começam sempre na hora marcada. As festas, algumas vezes, tem hora para acabar, mesmo se for na casa de alguém, eles simplesmente falam que a festa acabou e todo mundo deve ir embora! Boa tática para evitar os "malas" que insistem em ficar até o amanhecer!

5) Ordem e Organização. Não preciso explicar, está implícito. Mas vou dar um exemplo pessoal: como as pessoas marcam as coisas com bastante antecedência por aqui (festa de aniversário tem que convidar com, no mínimo, um mês de antecedência), todo mundo tem agenda aqui, e não é de telefone nãooo! É de compromissos mesmo, para planejar os dias! Tenho que admitir que me acostumei a responder a convites dizendo: "Vou ver se posso ir, mas primeiro tenho que checar a agenda"... Mala total, não? Ok, ok, eu sei!

6) Alemão gosta de velocidade! Há autobahn para todo os lados, elas são realmente um tapete e a Alemanha não cobra nem um centavo de pedágio para mantê-las assim!

7) TEM que brindar olhando fundo no olho de cada um, senão é falta de educação... No Brasil seria considerado assédio sexual, dependendo da situação!

8) Não poderia deixar de mencionar a "linda" mania que eles tem em assoar o nariz em pleno jantar ou almoço... Assistir a isso pela primeira vez não tem preço, nem estômago...

9) Os alemães TEM que sair pra fora de casa desesperadamente quando tem sol. No primeiro ano aqui eu não entendia isso, mas depois de passar 8 meses no frio, estou "quase" no mesmo nível deles!!

10) Aqui eles separam TODO o lixo.
Significa: garrafas de vidro - para o container de vidro
Garafas de plástico, se nao tem volta, e tudo que seja de plástico - no saco amarelo
Papel e papelão - no balde azul do papel
Metal - vai para o lixo do metal
Pilhas velhas - deve colecionar e entragar em caixinhas que há no supermercado
Roupas velhas - há container para isso
Tudo que é orgãnico - no saco de papel
Tudo que é resto e não encaixa nas outras categorias - no container preto
Ufa, o sitema é fantástico, mas dá um trabalho!!!!!!!!

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Killer Song

Estava vendo o último episódio de uma série americana que acompanho, chamada "One Tree Hill", e rolou essa música, que depois de dar uma procuradinha na Internet, acabei encontrando no Youtube.

Achei linda!!! Daquelas para ouvir bem alto...



I hope I see you soon,
Because you’re fond of me and I am fond of you...

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Medo Da Mudança

Estou aprendendo, pouco a pouco, que somos nós que decidimos o que será de nossas vidas. As coisas acontecem para nós, mas é a nossa reação à elas que importa.

Além de estar passando por mais um período de mudança em minha vida, algumas amigas também tem feito escolhas que vão resultar em mudanças na vida delas...

O livre arbítrio é que deve nos conduzir. E às vezes, é necessário e saudável perder o juízo.

A maioria das pessoas luta contra as mudanças, especialmente se elas nos afetam pessoalmente. Que criança nunca torceu o nariz quando a mãe mandava provar uma comida que não tinha visto antes? Quantas vezes não escutamos: "e se não der certo?", "vale a pena arriscar?", "pra que mudar isso agora?".

A ironia nisso tudo, é que a mudança é inevitável. Seja a mudança interior, seja a mudança exterior.

Tudo muda um dia. As chegadas viram partidas. A dor vira amor. Os minutos viram horas. Os dias viram passado. A escuridão vira luz. O presente vira lembrança. O futuro vira surpresa...

O medo vai estar sempre ali, escondido, mas presente. O segredo é usá-lo a nosso favor, seja na hora de medir os riscos, seja na hora de analisar as possíveis consequências da decisão de mudar.
Garantias de sucesso? Nenhuma
Medo de fracassar? Normal
Coragem para enfrentar? Nunca me faltou...

Tim Tam

Segundo uma amigona que já esteve na Austrália, a melhor guloseima australiana se chama Tim Tam.

Esses biscoitinhos são tão populares por lá, que por ano são vendidos mais de 30 milhões de pacotes dessa gostosura, o que equivale a 400 milhoes de biscoitos! O pacote custa em torno de AU$ 4,00.



Estou vendo que não vai ser na Austrália que vou conseguir emagrecer!!!!!!

But I am really looking forward to it!

Faltam dois meses e meio para chegar na terra dos cangurus!

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Aprendendo Alemão...................

Recebi esse texto de uma amiga e achei muito condizente!rs

A língua alemã é relativamente fácil..... Todos aqueles que conhecem as línguas derivadas do latim e estão habituados a conjugar alguns verbos podem aprendê-la rapidamente. Isso dizem os professores de alemão logo na primeira lição.
Primeiro, pegamos um livro em alemão, neste caso,um magnífico volume, com capa dura, publicado em Dortmund, e que trata dos usos e costumes dos índios australianos Hotentotes (em alemão "Hottentotten").

Conta o livro que os cangurus (Beutelratten) são capturados e colocados em jaulas (Kotter), cobertas com uma tela (Lattengitter) para protegê-las das intempéries. Estas jaulas, em alemão, chamam-se jaulas cobertas com tela (Lattengitterkotter) e quando possuem em seu interior um canguru, chamamos ao conjunto de "jaula coberta de tela com canguru" (Lattengitterkotterbeutelratten).

Um dia, os Hotentotes prenderam um assassino (Attentäter), acusado de haver matado a uma mãe (Mutter) hotentote (Hottentottermutter) de um garoto surdo e mudo (Stottertrottel). Esta mulher, em alemão, chama-se Hottentottenstottertrottelmutter e a seu assassino chamamos, facilmente, Hottentottenstottertrottelmutterattentäter.

No livro, os índios o capturaram e, sem ter onde colocá-lo, puseram-no numa jaula de canguru (Beutelrattenlattengitterkotter). Mas, incidentalmente, o preso escapou.

Após iniciarem uma busca, rapidamente vem um guerreiro Hotentote gritando:
-Capturamos um assassino (Attentäter)
-Qual??
pergunta o chefe indígena
-O Lattengitterkotterbeutelrattenattentäter
comenta o guerreiro.
-Como? O assassino que estava na jaula de cangurus coberta de tela?
diz o chefe dos Hotentotes.
-Sim
responde a duras penas o indígena
-O Hottentottenstottertrottelmutteratentäter (assassino da mãe do garoto surdo e mudo).
-Ah, demônios !!!
diz o chefe -
-você poderia ter dito desde o início que havia capturado o Hottentotterstottertrottelmutterlattengitterkotterbeutelrattenattentäter (assassino da mãe do garoto surdo e mudo que estava na jaula de cangurus coberta de tela).

Assim, através deste exemplo, podemos ver que o alemão é facílimo e simplifica muito as coisas.

Basta um pouco de interesse.

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Um pouco da Alemanha

Antes da Segunda Guerra Mundial, o povo alemão estava unido num único Estado: a Alemanha. Ao término da guerra, o país, derrotado, foi ocupado pelos vencedores e divido em dois Estados: a República Federal da Alemanha - Ocidental -, e a República Democrática Alemã - Oriental.

Após mais de 40 anos, em 1990, as duas Alemanhas foram reunificadas, formando uma nova entidade política e social. Engraçado é notar, que mesmo depois de mais de 20 anos da queda do muro de Berlim, a Alemanha ainda apresenta contrastes provenientes da época em que era dividida. Em Berlim, a diferença é bastante evidente! Talvez seja por isso que Berlim, na minha opinião, é tão especial e pitoresca. Traz história, cultura, mistura modernidade com antiguidade, riqueza com simplicidade, beleza com resquícios de guerra.

A parte Ocidental, ainda é bem mais estruturada e desenvolvida que a parte Oriental, e por isso, a Alemanha continua investindo pesadamente nos territórios antes pertencentes à Alemanha Oriental.

Agora, deixando um pouco de lado a história do país, vou falar um pouco da língua alemã. Não bastasse a própria dificuldade da língua em si, cada região na Alemanha tem seu próprio dialeto. Quando alguém da região de Baden-Wüttenberg, por exemplo, conversa com uma pessoa da região de Bayer falando em seu dialeto, pode acontecer de uma pessoa não entender a outra. Estranho, não?

Por isso, quando estudamos alemão, aprendemos o chamado "Hochdeutsch" ("alto alemão"), que seria o alemão oficial entendido por toda a Alemanha. O alemão é escrito utilizando o alfabeto latino. Além das 26 letras padrão, possui três vogais com Umlaut (ä, ö e ü) mais a consoante eszett ("ß"), que para nós, equivale ao "ss". Sempre brinco que alemão não se aprende por prazer, mas por necessidade! Mas como mais de de 100 milhões de pessoas no mundo falam alemão, vale a pena o esforço!

Concluindo, a Alemanha é um país lindo, cheio de natureza, história, cultura. Vale a pena ser vivenciado! Vou sentir muita falta quando me mudar para a Austrália, e guardo com muito carinho todas as experiências aqui vividas!

Ich liebe Deutscland!

Vejam o vídeo abaixo:

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Como ficam as amizades?

Dizem que melhor que fazer novos amigos é manter os antigos. Eu sou da opinião que é tão bom fazer novos amigos, como manter os antigos.

Amigos são e sempre foram essenciais na minha vida. Com as mudanças de país, a gente tem a oportunidade de fazer muitos amigos, mas acaba também se afastando de muitos outros.

Uma coisa que aprendi nesses anos fora do país, é que os verdadeiros amigos ficam, independentemente da distância ou de qualquer circunstância. Antes de morar fora, eu pensava que tinha uns duzentos amigos, e quando voltei ao Brasil, acabei vendo que o número de amigos verdadeiros, cabe na palma da mão. Triste é saber que são poucos o verdadeiros amigos, mas é muito bom saber que eles existem e que vão ficar, haja o que houver, ano após ano...

Já com relação aos amigos que fazemos fora do Brasil, a amizade é quase que instantânea, caso haja afinidade, é claro. Creio que pelo fato de estarmos todos numa situação parecida, longe de família e amigos, a gente meio que transforma os amigos que encontramos no exterior, em parte da nossa família. É uma ligação muito forte e intensa. Então é sempre muito difícil quando alguém vai embora, é como se alguém da nossa família estivesse partindo.

Porém, é uma situação que acontece com uma certa frequência, então a gente acaba meio que aceitando, o que torna o processo todo menos dolorido. Além do que, a gente acaba compreendendo que a amizade não acaba ali, que o mundo dá muitas voltas e que eventualmente a gente vai acabar se reencontrando!

E é claro, que quando quem vai embora é a gente, o sentimento também é de perda, de despedida, deixar os amigos que fizemos para trás, a vida que construímos, é abandonar o conhecido, o seguro, a nossa fortaleza... Mas é também uma chance de seguir adiante, de fazer novos amigos, de começar de novo, de evitar os mesmos erros, de se dar uma segunda chance.

Enfim, com relação às amizades, o processo de mudança é difícil, mas depois de algumas experiências, fico tranquila em saber que os verdadeiros amigos ficam, haja o que houver, ano após ano! E isso aquieta o meu coração!

"Cada um que passa em nossa vida,
passa sozinho, pois cada pessoa é única
e nenhuma substitui outra.
Cada um que passa em nossa vida,
passa sozinho, mas não vai só
nem nos deixa sós.
Leva um pouco de nós mesmos,
deixa um pouco de si mesmo.
Há os que levam muito,
mas há os que não levam nada.
Essa é a maior responsabilidade de nossa vida,
e a prova de que duas almas
não se encontram ao acaso. "
(Antoine de Saint-Exupéry)

sábado, 9 de janeiro de 2010

Aprender Uma Língua Estrangeira - Parte 1


Uma das maiores preocupações de quem vai morar no exterior, é sem dúvida alguma, a língua falada no país em que se vai viver. Caso seja um país de língua portuguesa, não há tanto problema. No máximo, será necessário acostumar os ouvidos ao sotaque e às expressões regionais.

Já se for uma língua estrangeira, começa aí uma grande barreira que pode tornar a integração na nova sociedade mais complicada e demorada. Dependendo da língua falada no país de destino, essa barreira pode ser menor ou maior. Também há outros fatores individuais que contribuem com o grau dessa barreira, como por exemplo: prévio conhecimento da língua (através de cursos), contato com alguém que fale a língua, exposição à língua através de filmes, músicas, livros ou qualquer outro tipo de mídia, etc.

No meu caso, a primeira língua que aprendi foi o inglês canadense. Nas duas cidades canadenses em que vivi (Vancover e Victoria), não se falava o francês, somente o inglês. Fato curioso é que os canadenses que vivam em Quebec, e portanto, que falavam francês, costumavam passar uns meses em Vancouver, para aprender a falar inglês, já que possuíam apenas um conhecimento mínimo da língua. Cá entre nós, o sotaque daqueles com quem tive contato nos cursos que frequentei, era bem complicado... Praticamente tive que aprender a entender o inglês-francês desses colegas, já que para mim, aquela era uma outra língua!

Voltando para a dificuldade da língua inglesa, acredito que essa seja a língua que nos cause menos problemas. Primeiro, porque sempre estamos em contato com o inglês, seja na escola, seja quando assistimos filmes, quando ouvimos música, no trabalho, em cursos (inglês é o curso de língua estrangeira mais procurado no Brasil) e por aí vai. Segundo, porque a gramática e a construção verbal é simples, se comparada à outras línguas. Não é a toa que o inglês foi adotado como língua “mundial”.

É claro que quando eu estava estudando inglês, eu achava a língua bem difícil. Quando eu comecei a aprender alemão e a ensinar português, é que eu me dei conta da simplicidade do inglês!

Enfim, o que eu quero dizer, é que por menor contato que a pessoa tenha tido com o inglês, indiretamente, os nossos ouvidos, estão relativamente acostumados ao som da língua, e por isso, o aprendizado da língua será relativamente mais fácil, se comparado com uma língua que nunca se ouviu ou teve contato.

Curiosamente, quando fui morar no Canadá, eu tinha um inglês bem fraco. Tinha tido apenas o inglês de escola (o da minha era bem básico), e durante a faculdade, fiz uma ano de um curso de conversação com método de memorização, que me ajudou bastante.

Quando cheguei no Canadá e fiz o teste na escola, fui classificada para começar a estudar inglês no nível intermediário. Fiquei super orgulhosa com a minha classificação. Só depois fui entender que isso não significava muita coisa, já que por causa do número de asiáticos que vão estudar inglês no Canadá, o nível básico é praticamente reservado para esses casos, pois os asiáticos tem o alfabeto e fonética bem diferentes do nosso!

Falando em asiáticos, tive uma dificuldade tremenda para entender o inglês falado por eles. Acredito que seja pelo fato de alguns deles não conseguirem emitir som de sílabas como o R, por exemplo. Mas nada que o tempo não resolva, em alguns meses eu já entendia o inglês asiático com perfeição, graças ao poder de adaptação dos nossos preciosos ouvidos. Aliás, fiquei especialista em descobrir a língua materna de cada estudante de inglês, só escutando o sotaque de cada um. Nós, brasileiros, também temos sotaque, embora na minha opinião, e na opinião de muitos professores de inglês com quem tive contato, o brasileiro, muitas vezes, consegue adquirir um sotaque quase perfeito do inglês. Ponto positivo para nós!

Que Diabos É Esse Vegemite????

Vegemite é a marca registada na Austrália, para uma pasta usada principalmente para passar em pães, de cor castanha escura, de sabor salgado e elaborado a partir de extracto de levedura (um subproduto usado na fabricação da cerveja).
Pelo que andei lendo, os brasileiros não são muito fãs não, mas eu vou encarar mesmo assim, embora a aparência não seja muito apetitosa!
Quando provar, coloco as minhas impressões aqui. Que medo!

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Melhor Música Em 2009?

O site Hype Machine fez uma listagem das melhores faixas que bombaram no site em 2009, com a ajuda de blogueiros de música.
Olhem só a melhor música de 2009, votada no site The Hype Machine (esqueça os editores de publicações especializadas e a verbas das grandes gravadoras):



Eu gostei!!!!!!!!

A Little Of Canada

Decidi falar um pouco sobre o Canadá, onde morei de dezembro de 2001 a dezembro de 2002, mais precisamente em duas cidades: Victoria e Vancouver.

Em Victoria morei por três meses e em Vancouver vivi por nove meses. As duas cidades ficam no Estado de British Columbia, que se encontra localizado no extremo oeste do Canadá, e é, felizmente, a parte com o inverno menos rigoroso do país.

Vancouver é a maior cidade de British Columbia , e sua região metropolitana é a terceira mais populosa do Canadá. Já Victoria, localizada na Ilha Vancouver, é a capital da província.

A região de BC é cheia de parques e reservas naturais, sem falar nas praias e montanhas.


Victoria é uma cidade cute, daquelas que você se apaixona, a arquitetura lembra um pouco a Europa, e por ser uma ilha, venta muuuuito! Veja a foto acima.

Já Vancouver é uma cidade completa, tem praia e montanha! Com certeza, é uma das melhores cidades do mundo para se viver. O que pega um pouco, é o frio e a garoa, que parece ser eterna no inverno. Lá todo mundo é tão acostumado com essa chuvinha fina, que ninguém se dá o trabalho de usar o guarda-chuva!

Um dos apelidos de Vancouver é Hollywood North (Hollywood do Norte). Isto está relacionado ao fato que a cidade é cenário de aproximadamente 10% dos filmes de Hollywood. Quando morei lá, cheguei a ver algumas filmagens pelas ruas, mas nenhum famoso de verdade, pena! Uma das razões para que Vancouver seja usada de cenário é a própria cotação do dólar canadense, o fato da cidade ter diferentes caras e ter também o mesmo fuso de Los Angeles.

Em Vancouver vale a pena visitar o Stanley Park, um dos meus locais preferidos. Ele é o maior parque urbano no Canadá e terceiro maior na América do Norte.

Deixando um pouco de lado as cidades, meu objetivo no Canadá foi estudar inglês, mas acabei também assistindo a aulas de Direito na Universidade em Victoria e em Vancouver, fiz um curso de quatro meses de Comércio Internacional. Meu maridão (na época, noivo) além de estudar inglês, conseguiu alguns estágios profissionais.

E por último, não poderia deixar de mencionar os amigos que fizemos por lá. São poucos, mas continuam nossos amigos até hoje, uns já até vieram nos visitar tanto no Brasil, quanto na Alemanha.

Ah, e as pessoas lá são tão legais!!! Os canadenses são abertos, interessados, simpáticos e cultos. Lá, eu nunca escutei que no Brasil se fala espanhol e que a capital do Brasil é Buenos Aires! However, não posso dizer o mesmo dos Estados Unidos! rs

Crime fatal: nunca diga ao canadense que ele é parecido com americano! Eles detestam ser comparados, e eu tenho que admitir que ambos são bemmmm diferentes. Mas não tenho nada contra os americanos, viu?

Típico De Inverno

Fala sério!!!!

Vale A Pena Sonhar

Durante grande parte da minha vida, tive o sonho de viver um tempo no exterior, e mesmo sem muitas perspectivas, a vida se encarregou de me ajudar a realizar tal sonho. Por isso, sou daquelas que acha que vale a pena desejar, sonhar, planejar... A vida pode conspirar a nosso favor e fazer o negócio realmente se concretizar!

Só não imaginava que iria viver em tantos lugares e por tanto tempo!

Mas vale muito a pena a experiência no exterior, a oportunidade de vivenciar outras culturas, conhecer outras pessoas, aprender outra língua são impagáveis e são coisas que levarei pelo resto da vida!

Ah, depois de muito reclamar do frio da Alemanha, vou sentir saudades da neve!!!!!

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Encarando o dia a dia no exterior

Posso dizer que não me arrependo de um dia sequer em que fiquei fora do Brasil... Claro que passei por dificuldades, já chorei e até me descabelei em várias situações. Já tive também vitórias e derrotas inesquecíveis e já tive muitas dúvidas sobre a minha estadia nesses países. Saudades então, infinitas. Porém, não fosse por tudo isso, hoje eu não seria quem eu me tornei, pois acreditem, essa experiência muda qualquer um, para melhor ou para pior, dependendo da postura com que a pessoa decide encarar cada situação.

Se você se decidir por encarar e usufruir dessa experiência um dia, sinta-se privilegiado por poder vivenciar cada diferença, cada obstáculo, cada conquista como bom brasileiro que é: com humor, fé, generosidade e simpatia. Essas características estão entranhadas no sangue brasileiro e serão percebidas (e muito bem recebidas) por estrangeiros, onde quer que você vá!

Não conheço ninguém que passou por essa experiência e disse ter se arrependido. O importante é se entregar sem preconceito, observar, aprender a respeitar, e até se adaptar e se integrar a uma nova cultura. Comparações são inevitáveis, mas quem disse que não são também saudáveis?

Compare sim, só não exagere, e aproveite as coisas boas de cada lugar, isso faz tudo ficar mais fácil e divertido. Enfim, lembre-se das coisas boas do lugar em que está vivendo e ignore as coisas ruins. Essa técnica não funciona sempre, mas ajuda muito!
Às vezes não parece que a gente está numa montanha russa??? É ruim, mas é bom...

Algumas Considerações Sobre Morar No Exterior

Acredito que toda pessoa com a oportunidade de ir morar fora do Brasil se depara com uma série de questionamentos e indagações.

Esta foi a principal razão de ter considerado escrever esse blog, já que sei que não é uma decisão fácil de se tomar e tal decisão deve ser baseada em informações reais e em experiências de quem já passou por isso. Nessas horas, a prática vale muito mais do que a teoria, pelo menos, é o que venho notando nos último anos.

Embora saiba também que cada experiência é única, poder partilhar experiências boca a boca , tem se mostrado uma grande ajuda para as pessoas com quem tive contato no exterior.

Espero assim, que compartilhando algumas experiências, através deste blog, eu possa alcançar ainda mais pessoas, seja para uso prático ou apenas por curiosidade, já que essa experiência não deixa de ter o seu lado engraçado, e sobretudo, curioso!

No meu caso, tive a felicidade de ter tido duas experiências internacionais (por enquanto, pois a Austrália me aguarda): uma no Canadá (no ano de 2002) e outra na Alemanha (de 2004 a 2010). Ambas com características únicas e muito diferentes, até mesmo em função de condições muito distintas uma da outra.

No Canadá fui como estudante e fiquei por exatamente um ano. Já na Alemanha, fui já formada, me casei, estudei e adquiri alguma experiência profissional.

Enfim, vou explicando um pouco dessa minha vida aventureira ao longo dos posts, mesclando presente, passado e porque não, o futuro!!

Primeiro Post

1, 2, 3, testando...
Bom, começarei falando do presente, daquilo que está acontecendo atualmente na minha vida.
Acabei de receber a notícia oficial de que eu e o maridão estaremos embarcando para a Austrália no fim de março. Mais um desafio, depois de Canadá e Alemanha, que venha a Austrália!